19/07/2010
Diploma
«Obras na escola da Glória avançam este mês»
As obras na escola do 1.o Ciclo da Glória vão arrancar até ao final deste mês, garantiu o presidente da Junta de Freguesia local. Os melhoramentos têm sido reivindicados pela Associação de Pais, que chegou a lançar um abaixo-assinado para denunciar os problemas do estabelecimento de ensino e pedir a aceleração do processo. Fernando Marques, autarca da Glória eleito pela coligação PSD/CDS, diz que recebeu da empresa a quem os trabalhos foram adjudicados a garantia de que as intervenções serão iniciadas nos próximos dias, aproveitando o período de férias escolares, tal como era defendido pelos encarregados de educação.
As obras vão incidir especialmente na cozinha, onde se vai proceder à pintura geral, à conservação das madeiras, ao revestimento do piso, à substituição da porta e de duas janelas ou à colocação de chapas de aço inox na chaminé e nas bancas.
Estão ainda previstas beneficiações no exterior do edifício, designadamente a reparação da rede ou a colocação de uma cobertura junto à biblioteca.
No total, o custo das empreitadas está avaliado em cerca de 23 mil euros, suportado pela Câmara de Aveiro, revelou Fernando Marques.
À espera do Campus da Justiça
Este conjunto de melhoramentos não invalida a necessidade de “obras de maior profundidade” no complexo escolar, adverte o presidente da Junta de Freguesia. A elaboração do projecto de reabilitação global do estabelecimento de ensino está, porém, dependente do avanço do futuro Campus da Justiça, previsto para terrenos contíguos. No entanto, o calendário desta obra permanece desconhecido, de acordo com informações prestadas pelo Governo Civil de Aveiro à Junta de Freguesia. A construção das novas instalações judiciais não deverá implicar a transferência da escola para outro local, como chegou a ser equacionado. “Não é previsível que isso aconteça. A Junta de Freguesia defende que a escola se mantenha onde está”, observa Fernando Marques. A deslocação do estabelecimento de ensino para outra zona contribuiria para a desertificação do centro da cidade, argumenta.»
16/07/2010
Mensagem do Senhor Presidente da Junta de Freguesia da Glória
No seguimento da parceria que este executivo assumiu com a C.M. Aveiro, vimos informar Vª. Exª que no inicio da 2ª. Quinzena de Julho, segundo informação da Firma a quem foi adjudicada a execução dos melhoramentos que são nesta fase os seguintes:
Escola EB1 – Glória
-Beneficiações-
Cozinha:
1- Colocação de chapa de aço inox na chaminé.
2- Revestimento de chapa em aço inox na banca.
3- Revestimento de chapa em aço inox nas esquinas.
4- Substituição da porta e 2 janelas por alumínio termolacado.
5- Revestimento do piso existente, por vinil apropriado.
6- Remoção dos armários existentes.
7- Conservação das madeiras existentes com produtos adequados.
8- Pintura Geral.
Outros:
1- Reparação da rede exterior.
2- Melhorar solução para a árvore do recreio – deverá ser substituída – aguardamos confirmação da C.M.Aveiro.
3- Substituição dos vidros do recreio.
4- Cobertura do recreio junto a biblioteca.
Respeitosos cumprimentos,
Junta Freguesia da Glória
Fernando Marques
[email datado de 14-07-2010]
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07/07/2010
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Obras:
O Livro da Tila – poemas para crianças, 10ª edição, Livros Horizonte, 1986;
O Palhaço Verde – novela infantil, 5ª edição, Livros Horizonte, 1984 ;
História de um Rapaz – conto infantil, 8ª edição, Livros Horizonte, 1986;
O Cantar da Tila – poemas para a juventude, 8ª edição, Livros Horizonte, 1986;
O Sol e o Menino dos Pés Frios – contos, 7ª edição, Livros Horizonte, 1986;
O Reino das Sete Pontas – novela infantil, 2ª edição, Livros Horizonte, 1986;
Os Quatro Irmãos – 2ª edição, Livros Horizonte, 1983 (ilustrações de Ana Leão);
História de uma Flor – conto infantil, 1ª edição, Faoj; O Sol Livro – textos para o ensino, 1ª edição, Livros Horizonte, 1976;
Os Direitos da Criança - Livros Horizonte – 1ª edição, Unicef, 1977;
O Gato Dourado – contos infantis, 3ª edição, Livros Horizonte, 1985;
As Botas de Meu Pai – contos infantis, 2ª edição, Livros Horizonte, 1981;
Camões, Poeta Mancebo e Pobre – divulgação, 1ª edição, Prelo Editora, 1978;
Baladas das Vinte Meninas – poema infantil, Plátano Editora, 1978;
Joana-Ana – conto infantil, Livros Horizonte, 1981;
A Escola do Rio Verde – 2ª edição, Livros Horizonte, 198l;
O Cavaleiro Sem Espada – Livros Horizonte, 1979;
A Velha do Bosque – Livros Horizonte, 1993;
A Guitarra da Boneca – Livros Horizonte, 1983;
As Crianças, Todas as Crianças – Livros Horizonte, 1976;
A Infância Lembrada – Antologia – Livros Horizonte, 1986;
A Estrada Fascinante – Livros Horizonte, 1988; Mistérios – Livros Horizonte, 1988;
Rosalina Foi à Feira – Livraria Arnado, 1994;
O Chão e a Estrela – Editora Verbo 1997;
As Fadas Verdes – Livraria Civilização, 1994;
“A Fonte do Real”, in Soares, Luísa Ducla (org.), A Antologia Diferente – De que São Feitos os Sonhos, Porto, Areal, (1986), pp. 30-32;
Voz Nua, Lisboa, Horizonte, 1986; “A menina do pinhal”, in AAVV, Histórias e Canções em Quatro Estações – Primavera. Lisboa. Lisboa Editora. 1988, pp. 9-24;
O Passarinho de Maio, Lisboa. Horizonte, 1990;
O Chão e a Estrela, Lisboa, Verbo, 1994;
A Estrada Fascinante, Lisboa, Horizonte, 1988 (ensaio).
Presente

A girafa deu
ao seu
marido
no dia
de Natal
um lenço
colorido
de seda natural.
Que alegria!
– disse o marido –
ponha a pata
nesta pata,
com um pescoço
tão comprido
você não podia
ter-me comprado
uma gravata.
Matilde Rosa Araújo (Lisboa 1921-2010), pedagoga, escritora e poeta.
«Morreu a fada-madrinha da literatura infantil portuguesa»

Além de livros para adultos, deixou, em prosa e em verso, mais de duas dezenas de obras para crianças, organizou antologias e divulgou incansavelmente quer autores mais jovens, quer os pioneiros da literatura infanto-juvenil portuguesa, como Aquilino Ribeiro, Ana de Castro Osório ou Olavo d’Eça Leal. “A Matilde foi a fada-madrinha da literatura infantil” portuguesa, disse o escritor António Torrado, num dos muitos e comovidos testemunhos que assinalaram a morte da autora.
Para se perceber a que ponto a escritora se tornou na grande “figura tutelar para autores das gerações seguintes, como António Torrado, Luísa Ducla Soares ou Alice Vieira”, como afirma o poeta e ensaísta José António Gomes, autor de um estudo sobre a poesia de Matilde Rosa Araújo, é preciso ter em conta não apenas os seus livros, mas também o empenho com que se dedicou a divulgar a literatura infanto-juvenil portuguesa, em artigos de imprensa e conferências, bem como o seu contributo para que estes livros começassem a ser adoptados nas escolas.
Matilde Rosa Araújo não terá sido uma escritora do calibre de uma Sophia de Mello Breyner Andresen, a cuja geração pertenceu, mas, mesmo assim, António Torrado pode bem ter razão quando diz que a autora de O Livro de Tila “era a medida padrão para a literatura infanto-juvenil”.
Nascida, em 1921, numa quinta que os avós possuíam em Benfica, Matilde estudou em casa, com professores particulares, e formou-se depois em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, tendo tido como professores Vitorino Nemésio e Jacinto Prado Coelho. A sua tese, sobre o género jornalístico da reportagem, foi a primeira análise académica que em Portugal se dedicou ao jornalismo. A imprensa sempre a interessou e foi colaboradora regular de diversos jornais – e de revistas literárias como Távola Redonda, Graal, Árvore, Vértice ou Seara Nova –, deixando dispersos um grande número de contos, poemas, crónicas e artigos.
Professora do ensino secundário ao longo de quarenta anos, em escolas de norte a sul do país, revelou-se como escritora em 1943, com A Garrana, que venceu o concurso “Procura-se um novelista”, organizado pelo jornal O Século e pelo Rádio Clube Português. Mas, descontados alguns poemas infantis publicados em revistas, só em 1957, com O Livro de Tila, inaugurou a sua carreira de escritora infanto-juvenil.
Com raras excepções, toda a sua poesia para crianças ronda em torno desta Tila, diminutivo do seu próprio nome. A parte mais substancial da sua obra é constituída por novelas e livros de contos, mas também a sua prosa, como nota José António Gomes, “valoriza mais a escrita do que o enredo” e está cheia de “marcas líricas” que a afastam da narrativa convencional. Gomes recorda ainda que a qualidade da sua poesia levou Fernando Lopes-Graça a musicar integralmente O Livro de Tila, criando aquele que, na sua opinião, “é o melhor cancioneiro infantil na história da música portuguesa”.
Antes de 1974, a obra de Matilde Rosa Araújo, diz Gomes, estava próxima do ideário neo-realista e “trouxe para a literatura os meninos de pé descalço, do trabalho infantil”. Mas, sem mudar a sua visão essencial, soube adaptar-se aos novos tempos, tratando, por exemplo, temas ambientais. Deixa inédito o livro Florinda e o Pai Natal.
A ministra da Educação, Isabel Alçada, também autora de livros para crianças, descreveu Matilde Rosa Araújo como “uma pessoa com uma grandeza de alma extraordinária”, que “deu um contributo maravilhoso para a nossa literatura e para a forma como os adultos se relacionam com as crianças”. Também a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, prestou homenagem à escritora que “povoou o imaginário de inúmeras crianças portuguesas” e “influenciou inequivocamente gerações de escritores”.
Na literatura infanto-juvenil, diz o comunicado do Ministério da Cultura, “haverá sempre um antes e um depois de Matilde Rosa Araújo”.(...)
in Público, 06.07.2010
Jornalista: Luís Miguel Queirós
06/07/2010
«Futuro da escola da Glória preocupa pais»
«Aveiro: Nova escola da Glória em fase final de projecto»
A nova escola da Glória, em Aveiro, encontra-se em “fase final de projecto para apresentação ao Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério da Educação”, disse o vereador Pedro Ferreira, na última reunião da Assembleia Municipal, respondendo à intervenção da Associação de Pais daquele estabelecimento de ensino.
A continuação da escola onde se encontra é um dado garantido. Paulo Jesus, do PS, diz que, além de outras razões, é um factor de “competitividade de Aveiro, assim como é importante para fixar cidadãos jovens no centro da cidade”.
António Regala, do PCP, espera o cumprimento dos compromissos assumidos pela Câmara e Ivar Corceiro, do Bloco de Esquerda, ligou o tema à parceria público-privada, que a autarquia já abandonou, para o investimento no parque escolar. “Um negócio que ninguém percebeu, com parques de estacionamento que ninguém sabia se eram precisos”, disse.
A intervenção do presidente da Assembleia Geral fez referência a um conjunto de obras na escola e às medidas de prevenção contra o impacto da construção do Campus da Justiça, a pouco metros do portão de entrada do estabelecimento de ensino.»
(Ler artigo completo na edição em papel)
in Diário de Aveiro de 3-07-2010
Jornalista: João Peixinho
05/07/2010
Comunicação de Jorge Almeida na Assembleia Municipal de 30 de Junho
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal e Exmos Vereadores
É na qualidade de Presidente da Assembleia Geral da Associação de Pais da Escola EB1 da Glória, mandatado por essa mesma Assembleia, que me dirijo à Assembleia Municipal do Concelho de Aveiro.
Eu e os demais pais não viemos até vós por questões de intriga política ou por um mero fait divers. O que nos move são simplesmente questões de natureza cívica.
Pelo 6º ano consecutivo sou Presidente da Assembleia Geral desta Associação e as questões que debatemos repetem-se no tempo, porque todos sabemos que o edifício da Escola da Glória está velho e desgastado – consequência do desinvestimento nos últimos largos anos.
Estamos cansados de ter que sistematicamente reivindicar, mendigar e até pagar, por aquilo que nos é devido usufruir – uma escola minimamente funcional, para servir com as exigências do século em que estamos, uma população escolar que ultrapassa as três centenas de utentes. Nos últimos anos a Associação de Pais pressionou a autarquia, promoveu arranjos no ginásio, pagou durante dois anos o vencimento de um porteiro, para minimizar as questões de segurança, esteve semanas a fio no refeitório, procurando soluções para um serviço que era péssimo… Não nos arrependemos, mas estamos cansados. O problema é de fundo – um poder autárquico que, há muitos anos, abdicou de ter nas suas prioridades uma atenção especial para a educação.
Não me venham dizer que a Escola EB1 da Glória cumpre cabalmente a sua função e que por falta de verba, vamos andando… Outros equipamentos de menor importância e uso, como campos de futebol, também cumpriam e melhor, a sua função – mas alguém quis fazer figura de rico e dar um passo maior do que seria capaz, para depois tudo redundar num imenso elefante branco… Quantas boas escolas, jardins de infância, piscinas e até campo de futebol não teria sido possível construir…
Não nos venham dizer que o Ministério vos obrigou a aceitar as escolas do primeiro ciclo, que no concelho há muitas escolas, que a herança é pesada… Pois ainda bem que há muitas escolas, sinal de que há muitas crianças – a maior riqueza de uma sociedade. Se o município tem muita população, também ao longo dos anos, recebeu verbas proporcionais à sua dimensão demográfica. Todos nós conhecemos muitos outros municípios, alguns parcos em recursos e alguns não muito longe daqui, onde o primeiro ciclo e as crianças têm uma atenção especial da sua autarquia, onde as associações de pais não têm que berrar, mendigar e reivindicar…
Preocupa-nos o futuro da Escola da Glória – um equipamento de proximidade que corre risco de continuidade, porque na sua vizinhança vai nascer um mega equipamento para um serviço supra-municipal chamado Campus de Justiça e – que bem poderia ter sido localizado na periferia, se houvesse planeamento a pensar numa cidade de crescimento sustentável e a pensar em menos automóveis na sua área central…
Preocupa-nos a indefinição quanto ao futuro da Escola da Glória na sua actual localização, como o prevê a Carta Educativa; preocupa-nos a coabitação com as obras do futuro Campus de Justiça e os acessos à escola; preocupa-nos que toda esta indefinição leve a que continue a existir desinvestimento na Escola; preocupa-nos que, no futuro, o lugar da Escola da Glória seja apetecível de vender e a Escola, já em declínio, seja motivo para ser deslocalizada – para um qualquer canto exterior da cidade…
O poder autárquico de Aveiro tem que avançar rapidamente com boas soluções para os problemas do primeiro ciclo. Tem que intervir em tempo útil na manutenção dos edifícios escolares. Não tem sentido que tenhamos que chamar à atenção porque se partiu um vidro, porque uma cobertura de telhado voou, porque uma torneira não funciona…
Aveiro, cidade digital, cidade do século XXI, cidade universitária, tem obrigação de dar mais e melhor na educação do primeiro ciclo. As nossas crianças merecem-no.
Por tudo isto estamos aqui.
Mas em especial estamos para entregar um Abaixo-assinado com mais de 250 assinaturas, onde exigimos que a autarquia intervenha na escola já, em tempo de férias, levando a cabo o cumprimento do compromisso que o Senhor Vereador connosco estabeleceu na reunião do passado dia 1 de Março, na resolução de uma lista de prioridades.
E, em segundo lugar, queremos também uma resposta clara quanto ao futuro da Escola e a garantia de que no lugar da velha, há-de, em tempo útil, surgir uma nova – como está determinado na Carta Educativa do município.
Para terminar relembro que estou aqui representando os encarregados de educação e as muitas crianças que não têm voz…
Quando alguém me questionava se não tinha vergonha por ter de vir aqui intervir publicamente, respondi:
Não tenho vergonha por ir, no cumprimento de um dever cívico, lembrar aquilo que nos é de pleno direito,
Mas seria bom que alguém se envergonhasse por, no exercício das suas funções, não cumprir aquilo que lhe é devido…
Exmos Senhores,
Continuaremos atentos, vigilantes e confiantes na Assembleia Municipal do nosso Município.