Educação: Escolas do Agrupamento de Aveiro com muito a melhorar
São cinco os estabelecimentos de ensino do 1.o Ciclo que integram o Agrupamento de Escolas de Aveiro. Em todos, a presidente do Agrupamento aponta “falhas”
Glória, São Jacinto, Santiago, Barrocas e Vera Cruz. São estas as cinco escolas do Agrupamento de Aveiro (Sul) que deram início ao presente ano lectivo com algumas “falhas” por resolver. Em causa estão mais de 1.000 alunos que frequentam o ano escolar sem as condições que a presidente do Agrupamento de Aveiro considera “ideais” para os nossos dias.
De acordo com a responsável, de todas, a escola de São Jacinto é aquela que inspira maiores preocupações, uma vez que ali teve início uma obra de requalificação do edifício que, entretanto, parou a meio. “Trata-se de uma intervenção profunda, muito necessária para aquela população escolar, e que vem não só melhorar substancialmente as actuais condições da escola, mas também aumentá-la, de forma a ser criada uma sala para professores, uma sala para arrumos, uma sala da caldeira e novos quartos de banho”, refere. Aliás, é aqui que reside um dos maiores problemas da escola de São Jacinto: os actuais quartos de banho estão localizados no exterior, estão muito degradados e com graves problemas de canalização, resultando em inundações frequentes.
Por outro lado, além de chover dentro dos quartos de banho, devido a várias telhas partidas, o dos professores (também no exterior e com telhas partidas) teve que ser aberto às crianças, por ser o único com lavatório. Outro aspecto negativo prende-se com o frio. A zona dos quartos de banho, contígua ao telheiro, é muito ventosa, o que se torna extremamente desagradável para as crianças ali se manterem, especialmente em dias de chuva.
São as obras iniciadas no fim do Verão passado e, entretanto, interrompidas, que “desesperam” Maria Albina. Esta professora admite ser muito incómodo uma parte do recreio, e até da escola, estar vedada por causa do estaleiro das obras, e reconhece o desagradável que é as crianças dividirem o espaço com montes de areia e entulho e, acima de tudo, a falta que faz a obra pronta.
“Os espaços que ali vão nascer fazem todos muita falta ao bom funcionamento da escola, especialmente os novos quartos de banho, já que os actuais são constrangedores”, comentou. Ao que o Diário de Aveiro apurou, as obras estão paradas devido a problemas encontrados ao nível do saneamento, mas, o pior, é que Maria Albina não tem nenhuma informação sobre o seu recomeço.
A escola das Barrocas é a mais recente do parque escolar do concelho de Aveiro e, de longe, a que melhores condições físicas proporciona aos seus alunos. Ainda assim, a presidente do Agrupamento lamenta o facto desta escola não ter um espaço próprio para refeitório. As crianças almoçam numa sala inicialmente preparada para ser um laboratório e, como o número de alunos tem vindo a aumentar, um grupo tem mesmo que comer no hall das escadas, que se transforma, à hora de almoço, em refeitório.
“Temos pedido aos pais para recorrerem a este serviço apenas em caso de real necessidade, mas a verdade é que o número de alunos que requisitam almoço tem vindo a aumentar”, explica Maria Albina, garantindo que “nunca deixámos de dar resposta”.
Outro aspecto menos bom prende-se com a ausência de um espaço coberto no exterior. Em dias de chuva, as cerca de 250 crianças do 1.o Ciclo têm que ficar dentro da escola, sem alternativa. O recreio, em terra batida, há muito que espera por um piso e equipamentos para brincarem.
Janelas a cair
Composta por três edifícios, a escola da Vera Cruz tem um dos “pontos negros” no polivalente. Um espaço que é usado pelos alunos, mas que está “numa situação caótica, a ponto das janelas já não se abrirem, sob risco de caírem”. O “ginásio” funciona num espaço adaptado longe das condições ideais.
Também nesta escola, segundo Maria Albina, seria importante uma intervenção generalizada, ao nível de rebocos e pinturas. “Quando os edifícios são velhos, as intervenções duram pouco e nunca brilham”, atestou.
Aulas em monoblocos
A falta de espaço exterior para as cerca de 330 crianças brincarem é o que a presidente destaca de negativo na escola da Glória. “São muitas crianças e o espaço é pequeno para brincarem”, refere. Aqui, destaca o papel interventivo da Associação de Pais, que se tem mobilizado e conseguido melhorias significativas para a escola. Dá como exemplo os sanitários, totalmente remodelados graças a uma parceria com a autarquia aveirense.
Na escola de Santiago foram colocados, em 2007/08, dois contentores no recreio, que funcionam como sala de aula. Uma situação que acarreta uma variação térmica grande, falta de insonorização e a impossibilidade de ligar equipamentos à corrente eléctrica.
Apesar de ressalvar o espaço agradável e iluminado que estes monoblocos proporcionam, Maria Albina reconhece que no Verão sente-se muito calor e em dias de chuva forte o barulho lá dentro é ensurdecedor. Ainda assim, vê esta situação como provisória e um mal necessário.
Outro aspecto a que “aponta o dedo” tem a ver com o ginásio. Um espaço que tem no tecto placas soltas, de um material suficientemente leve para se levantarem com as “boladas”, e candeeiros pendurados com as lâmpadas à vista. Por outro lado, existe neste espaço uma janela de grandes dimensões, tapada há vários meses com uma placa de madeira porque os vidros se foram partindo e não os substituíram. “É uma situação nada simpática em termos visuais e que causa grande desconforto (frio), mas aguardamos que a autarquia trate do arranjo”, perspectiva a responsável.
Sandra Simões
In Diário de Aveiro, 19/11/2008
[sublinhado nosso]
São cinco os estabelecimentos de ensino do 1.o Ciclo que integram o Agrupamento de Escolas de Aveiro. Em todos, a presidente do Agrupamento aponta “falhas”
Glória, São Jacinto, Santiago, Barrocas e Vera Cruz. São estas as cinco escolas do Agrupamento de Aveiro (Sul) que deram início ao presente ano lectivo com algumas “falhas” por resolver. Em causa estão mais de 1.000 alunos que frequentam o ano escolar sem as condições que a presidente do Agrupamento de Aveiro considera “ideais” para os nossos dias.
De acordo com a responsável, de todas, a escola de São Jacinto é aquela que inspira maiores preocupações, uma vez que ali teve início uma obra de requalificação do edifício que, entretanto, parou a meio. “Trata-se de uma intervenção profunda, muito necessária para aquela população escolar, e que vem não só melhorar substancialmente as actuais condições da escola, mas também aumentá-la, de forma a ser criada uma sala para professores, uma sala para arrumos, uma sala da caldeira e novos quartos de banho”, refere. Aliás, é aqui que reside um dos maiores problemas da escola de São Jacinto: os actuais quartos de banho estão localizados no exterior, estão muito degradados e com graves problemas de canalização, resultando em inundações frequentes.
Por outro lado, além de chover dentro dos quartos de banho, devido a várias telhas partidas, o dos professores (também no exterior e com telhas partidas) teve que ser aberto às crianças, por ser o único com lavatório. Outro aspecto negativo prende-se com o frio. A zona dos quartos de banho, contígua ao telheiro, é muito ventosa, o que se torna extremamente desagradável para as crianças ali se manterem, especialmente em dias de chuva.
São as obras iniciadas no fim do Verão passado e, entretanto, interrompidas, que “desesperam” Maria Albina. Esta professora admite ser muito incómodo uma parte do recreio, e até da escola, estar vedada por causa do estaleiro das obras, e reconhece o desagradável que é as crianças dividirem o espaço com montes de areia e entulho e, acima de tudo, a falta que faz a obra pronta.
“Os espaços que ali vão nascer fazem todos muita falta ao bom funcionamento da escola, especialmente os novos quartos de banho, já que os actuais são constrangedores”, comentou. Ao que o Diário de Aveiro apurou, as obras estão paradas devido a problemas encontrados ao nível do saneamento, mas, o pior, é que Maria Albina não tem nenhuma informação sobre o seu recomeço.
A escola das Barrocas é a mais recente do parque escolar do concelho de Aveiro e, de longe, a que melhores condições físicas proporciona aos seus alunos. Ainda assim, a presidente do Agrupamento lamenta o facto desta escola não ter um espaço próprio para refeitório. As crianças almoçam numa sala inicialmente preparada para ser um laboratório e, como o número de alunos tem vindo a aumentar, um grupo tem mesmo que comer no hall das escadas, que se transforma, à hora de almoço, em refeitório.
“Temos pedido aos pais para recorrerem a este serviço apenas em caso de real necessidade, mas a verdade é que o número de alunos que requisitam almoço tem vindo a aumentar”, explica Maria Albina, garantindo que “nunca deixámos de dar resposta”.
Outro aspecto menos bom prende-se com a ausência de um espaço coberto no exterior. Em dias de chuva, as cerca de 250 crianças do 1.o Ciclo têm que ficar dentro da escola, sem alternativa. O recreio, em terra batida, há muito que espera por um piso e equipamentos para brincarem.
Janelas a cair
Composta por três edifícios, a escola da Vera Cruz tem um dos “pontos negros” no polivalente. Um espaço que é usado pelos alunos, mas que está “numa situação caótica, a ponto das janelas já não se abrirem, sob risco de caírem”. O “ginásio” funciona num espaço adaptado longe das condições ideais.
Também nesta escola, segundo Maria Albina, seria importante uma intervenção generalizada, ao nível de rebocos e pinturas. “Quando os edifícios são velhos, as intervenções duram pouco e nunca brilham”, atestou.
Aulas em monoblocos
A falta de espaço exterior para as cerca de 330 crianças brincarem é o que a presidente destaca de negativo na escola da Glória. “São muitas crianças e o espaço é pequeno para brincarem”, refere. Aqui, destaca o papel interventivo da Associação de Pais, que se tem mobilizado e conseguido melhorias significativas para a escola. Dá como exemplo os sanitários, totalmente remodelados graças a uma parceria com a autarquia aveirense.
Na escola de Santiago foram colocados, em 2007/08, dois contentores no recreio, que funcionam como sala de aula. Uma situação que acarreta uma variação térmica grande, falta de insonorização e a impossibilidade de ligar equipamentos à corrente eléctrica.
Apesar de ressalvar o espaço agradável e iluminado que estes monoblocos proporcionam, Maria Albina reconhece que no Verão sente-se muito calor e em dias de chuva forte o barulho lá dentro é ensurdecedor. Ainda assim, vê esta situação como provisória e um mal necessário.
Outro aspecto a que “aponta o dedo” tem a ver com o ginásio. Um espaço que tem no tecto placas soltas, de um material suficientemente leve para se levantarem com as “boladas”, e candeeiros pendurados com as lâmpadas à vista. Por outro lado, existe neste espaço uma janela de grandes dimensões, tapada há vários meses com uma placa de madeira porque os vidros se foram partindo e não os substituíram. “É uma situação nada simpática em termos visuais e que causa grande desconforto (frio), mas aguardamos que a autarquia trate do arranjo”, perspectiva a responsável.
Sandra Simões
In Diário de Aveiro, 19/11/2008
[sublinhado nosso]
P.S.: O artigo publicado foi acompanhado de fotografias e assinalamos que a legenda da foto referente ao ginásio que tem no tecto placas soltas está incorrecta. Aquele não é o ginásio da Escola da Glória. Felizmente, graças à acção da Associação de Pais, que conseguiu o patrocínio de algumas empresas privadas - Enquadra e Mavirel-, este espaço foi remodelado - substituição do soalho, pintura de paredes e área envolvente (corredores de acesso), etc., assim como toda a área do refeitório - no decorrer das férias escolares (Julho/Agosto 2008).
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